Valparaíso de Goiás|Por Cláudio Cassiano
Enquanto a Prefeitura posta vídeo afirmando que a greve acabou e que os salários estão pagos, médicos denunciam atrasos e confirmam paralisação para 1º de fevereiro. Ex-prefeito Pábio Mossoró é apontado como responsável por rombo de R$ 150 milhões que deixou a cidade em crise.
– Em meio a uma crise financeira que remonta à gestão do ex-prefeito Pábio Mossoró, a Prefeitura de Valparaíso de Goiás anunciou, por meio de um vídeo oficial, que a greve dos médicos havia chegado ao fim e que os salários atrasados estavam sendo pagos. No entanto, os médicos contradizem a informação e confirmam que a greve está marcada para começar em 1º de fevereiro de 2025, denunciando que os honorários de dezembro de 2024 ainda não foram quitados e que as condições de trabalho continuam precárias.
A Greve que Nunca Acabou: Desencontro de Informações
Enquanto a Secretaria de Saúde, comandada por Luciana Caixeta, divulgou um vídeo nas redes sociais afirmando que a greve dos médicos havia sido encerrada e que os pagamentos atrasados estavam sendo regularizados, os profissionais de saúde rebatem a informação. Em comunicado oficial, os médicos confirmaram que a greve está mantida e terá início em 1º de fevereiro de 2025, conforme anunciado anteriormente.
Os médicos destacam que, apesar das promessas feitas pela Prefeitura, os salários de dezembro de 2024 ainda não foram pagos, e as condições de trabalho continuam insatisfatórias. A falta de medicamentos essenciais, equipamentos médicos inoperantes e a infraestrutura hospitalar precária são alguns dos problemas que motivaram a decisão de iniciar a greve.
O Erro de Comunicação da Prefeitura: Mentira ou Desinformação?
O vídeo divulgado pela Prefeitura, que afirma o fim da greve e o pagamento dos salários atrasados, foi recebido com ceticismo pelos médicos e pela população. Para os profissionais de saúde, a postagem é uma tentativa de maquiar a realidade e acalmar os ânimos da população, que já sofre com a precariedade dos serviços públicos.
Em nota, os médicos afirmaram: “A greve está mantida para 1º de fevereiro, conforme comunicado anteriormente. Até o momento, não recebemos os salários de dezembro de 2024, e as condições de trabalho continuam insustentáveis. A Prefeitura precisa parar de divulgar informações falsas e começar a resolver os problemas de fato.”
O Legado de Pábio Mossoró: Rombo de R$ 150 Milhões e a Taxa do Lixo
A crise financeira que assola Valparaíso de Goiás não é recente. Durante a gestão do ex-prefeito Pábio Mossoró, a cidade acumulou uma dívida de R$ 150 milhões, deixando as contas públicas em situação crítica. O rombo financeiro foi tão grande que a administração seguinte foi obrigada a criar a Taxa do Lixo, uma medida polêmica que gerou revolta na população, mas que foi justificada como necessária para “tapar o buraco” deixado pela gestão anterior.
Pábio Mossoró, que governou a cidade entre 2017 e 2024, é frequentemente apontado como o principal responsável pela crise financeira que afeta diversos setores, incluindo a saúde. A falta de transparência e má gestão dos recursos públicos durante seu mandato deixaram a cidade sem condições básicas de funcionamento, impactando diretamente a qualidade dos serviços oferecidos à população.
A Saúde em Colapso: Falta de Recursos e Infraestrutura Precária
Enquanto a Prefeitura tenta passar uma imagem de normalidade, a realidade nos hospitais públicos de Valparaíso de Goiás é de caos. O Hospital Municipal de Valparaíso (HMV) enfrenta problemas graves, como a falta de medicamentos essenciais, equipamentos médicos quebrados e instalações físicas deterioradas. O aparelho de raio-X do HMV, por exemplo, está inoperante há meses, comprometendo o atendimento à população.
Além disso, a falta de insumos hospitalares, como ventiladores mecânicos e bombas de infusão, coloca em risco a vida dos pacientes. Os médicos também denunciam a falta de ambulâncias avançadas e a necessidade de recuperação da frota do SAMU, o que dificulta o atendimento de emergências.
A Resposta da Prefeitura: Promessas e Ações Insuficientes
A atual gestão municipal, liderada pelo prefeito [inserir nome do atual prefeito], tem enfrentado dificuldades para resolver os problemas herdados da administração anterior. Apesar de prometer melhorias na saúde e regularizar os pagamentos dos médicos, a Prefeitura ainda não conseguiu sanar as dívidas e garantir condições adequadas de trabalho para os profissionais de saúde.
Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que está trabalhando para resolver os problemas financeiros e estruturais, mas reconheceu que a situação é complexa e requer tempo. No entanto, para os médicos e a população de Valparaíso de Goiás, o tempo já se esgotou. A falta de pagamentos e a precariedade dos serviços de saúde colocam em risco a vida de milhares de pessoas que dependem do SUS.
O Futuro Incerto: Diálogo ou Novo Colapso?
Enquanto a Prefeitura tenta encontrar soluções para a crise financeira, os médicos alertam que a situação pode se agravar caso os salários não sejam pagos e as condições de trabalho não sejam melhoradas. A greve, que está marcada para começar em 1º de fevereiro, pode paralisar os serviços de saúde no município, agravando ainda mais a crise na saúde pública.
A população de Valparaíso de Goiás, que já sofre com a falta de recursos e a precariedade dos serviços públicos, espera que a atual gestão encontre uma solução rápida e eficaz para os problemas que afetam a saúde no município. Enquanto isso, o legado de Pábio Mossoró continua a assombrar a cidade, deixando claro que os efeitos de uma má gestão podem perdurar por anos, afetando diretamente a vida de milhares de cidadãos.
Por: Cláudio Cassiano
Nota da Redação: A reportagem tentou contato com o ex-prefeito Pábio Mossoró para comentar as acusações, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. A atual administração municipal também foi procurada para mais esclarecimentos sobre as medidas da Prefeitura sobre a crise mas até o fechamento desta reportagem ninguém ainda respondeu nossas perguntas.
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