Valparaíso de Goiás|Por Cláudio Cassiano
A situação caótica na saúde de Valparaíso de Goiás, que se intensificou no início de 2025, suscita preocupações alarmantes a respeito da gestão anterior do ex-prefeito Pábio Mossoró. Servidores da secretaria municipal alegam que um suposto rombo nas contas públicas, que ultrapassaria R$ 25 milhões, está exacerbando as dificuldades enfrentadas pelas unidades de saúde.
A Revelação do Déficit
Em um depoimento revelador, um membro da nova equipe da administração municipal, que optou por permanecer anônimo, declarou que, em um curto espaço de dez dias, a equipe encontrou um déficit alarmante em compromissos não quitados pela gestão passada. “O caos que presenciamos atualmente é um reflexo direto das irresponsabilidades financeiras da administração anterior. A nossa equipe está lidando com um legado de desmandos e falta de planejamento”, afirmou o servidor.
Opiniões da População
Os cidadãos de Valparaíso também expressam sua indignação. Maria, uma residente local e mãe de três filhos, comentou: “É inaceitável que a saúde da nossa cidade esteja à beira do colapso por conta da má gestão. Os problemas não surgiram do dia para a noite; são frutos de anos de descaso.” Outro morador, Carlos, acrescentou: “Precisamos de respostas. Como é possível que aqueles que estavam no poder deixem a população à mercê de uma crise dessa magnitude?”
Greve dos Profissionais de Saúde
A insatisfação se reflete na greve dos médicos das unidades de emergência, que exigem o pagamento de salários atrasados, alguns deles pendentes desde 2023. Além disso, os profissionais terceirizados pela Associação Saúde em Movimento – uma entidade controversa que já enfrentou investigações por corrupção e irregularidades – estão sem receber o 13º salário e outros benefícios essenciais. “Estamos lutando não só por nossos direitos, mas também pela dignidade do atendimento à população”, desabafou um enfermeiro em manifestação.
Estoques em Colapso
Os servidores da saúde denunciam que a gestão de Mossoró deixou a secretaria com estoques quase totalmente vazios de medicamentos e materiais essenciais. “A falta de suprimentos básicos compromete não apenas o trabalho dos profissionais, mas, sobretudo, a vida dos pacientes”, lamentou um médico que preferiu não ser identificado.
Nota da Prefeitura e a Provocação ao Ministério Público
Em resposta à crise, a nova administração divulgou um cronograma de pagamentos para resolver as pendências deixadas, mas a eficácia dessas medidas é questionável. “Estamos agindo conforme a urgência das demandas, mas a situação é crítica”, informou a secretaria de saúde em nota oficial. No entanto, a população clama por mais transparência e responsabilidade.
Diante desse cenário alarmante, a provocação ao Ministério Público de Valparaíso de Goiás é inegável. A população exige uma investigação minuciosa sobre a gestão de Pábio Mossoró, questionando se houve conivência com práticas ilícitas e se os recursos públicos foram administrados de forma a beneficiar a coletividade. “É hora de o Ministério Público agir! Precisamos de uma apuração rigorosa para que os responsáveis sejam responsabilizados e a saúde da nossa cidade seja restaurada”, concluiu uma ativista local.
A crise na saúde pública de Valparaíso de Goiás não é apenas uma questão administrativa; é um clamor por justiça e transparência em um momento em que a população anseia por soluções e a devolução de seus direitos.