Valparaiso|por Alex Soares

 

A saúde pública de Valparaíso de Goiás enfrenta uma nova crise. Os médicos da cidade anunciaram a indicação de greve devido ao atraso no pagamento de seus salários, que já ultrapassa 90 dias. O comunicado oficial foi enviado no último dia 10 à Prefeitura de Valparaíso, à Secretaria de Saúde e à coordenação das Unidades 24h, alertando sobre a iminência da paralisação caso o impasse não seja resolvido.

 

A categoria reivindica a regularização imediata dos pagamentos, enfatizando que a situação compromete o bem-estar dos profissionais e, consequentemente, a qualidade dos serviços prestados à população. Em protesto, os médicos têm restringido os atendimentos a emergências graves, classificadas como casos de cor vermelha, deixando de atender consultas e procedimentos de menor complexidade.

 

Prefeitura nega conhecimento sobre a greve

 

Apesar da gravidade do cenário, a Prefeitura de Valparaíso, em nota divulgada no último fim de semana, afirmou não ter sido oficialmente comunicada sobre a paralisação. No entanto, nossa equipe de reportagem obteve acesso ao e-mail enviado à Secretaria Municipal de Saúde, comprovando que a administração foi previamente informada sobre a situação.

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Indicativo de greve medicos

 

 

A postura da gestão municipal gerou questionamentos sobre a transparência e a eficácia da comunicação interna diante da crise. “Estamos há meses tentando dialogar e buscando soluções, mas não temos recebido nenhuma posição concreta. Esse descaso afeta não só os médicos, mas toda a população que precisa do serviço público de saúde”, afirmou um representante da categoria, que preferiu não se identificar.

 

Denúncias de assédio moral e restrições aos terceirizados

 

Além dos médicos, funcionários terceirizados das unidades de saúde têm relatado condições indignas e assédio moral. Fontes garantiram à nossa reportagem que os trabalhadores estão sofrendo ameaças de perda de emprego caso decidam aderir à paralisação. Os relatos indicam que, em vez de buscar diálogo e soluções para o problema, representantes do governo municipal afirmaram que os terceirizados “não têm direito à greve” por não serem servidores efetivos.

 

A situação gerou revolta entre os profissionais terceirizados, que procuraram a RTVC para denunciar o tratamento recebido. “Estamos sendo ignorados e ameaçados, como se não tivéssemos nenhum direito. Tudo o que queremos é o pagamento em dia e condições dignas para trabalhar”, desabafou um dos trabalhadores.

 

Impactos para a população

 

Enquanto a situação permanece indefinida, os moradores enfrentam dificuldades crescentes no acesso ao sistema de saúde. Muitos relatam longas filas e a ausência de atendimentos para casos não urgentes, o que amplia a insatisfação popular e a pressão por respostas das autoridades.

 

Próximos passos

 

Os médicos indicaram que, caso o problema não seja resolvido nos próximos dias, a greve será efetivada. A categoria aguarda um posicionamento da Prefeitura e da Secretaria de Saúde para negociar uma solução que contemple os interesses dos profissionais e garanta o atendimento à população.

 

Enquanto isso, a cidade observa com preocupação o agravamento da crise e o impacto de uma gestão que ainda não apresentou medidas concretas para resolver a situação.